Articulando BR

Blog que trata, pela ordem, de vinho, comida, viagem, cinema, literatura, propaganda e política.

02/04/2010

Pérolas na aula

  1. Não diga que conhece um vinho antes do seu 500º gole.
  2. Não diga que você não reconhece aromas. Seu nariz sabe perfeitamente entrar em estado de alerta quando o que está para ser ingerido pode colocar em risco sua saúde e, no limite, sua vida. Os aromas que identificam veneno são atávicos. Muito antes de classificar os bons temperos, o nariz sabe rejeitar que o cheiro de merda, o cheiro de podre, o cheiro de algo que pode fazer mal. O nariz é a porta do alerta.
  3. Um curso de 6 horas de duração pode servir para saber apenas uma coisa - se você está ou não interessado em começar a aprender.
  4. Bebendo um vinho, você não é capaz de identificar se é feito de uvas cuja planta tem folhas rugosas, cujo bago da uva é grande ou pequeno, cujo cacho é pleno ou apresenta falhas. Ou seja, beber é um ato que contém vários pontos-cegos.
  5. Todo bebedor de vinho deve periódica e regularmente render uma homenagem sincera aos chilenos, pois sem eles provavelmente estaríamos brindando com suco de uva americana, com um máximo 10% de álcool. É que a partir de 1864, até os primeiros anos de século XX, quem mandou na vitivinífera foi a filoxera!
  6. Depois de apresentar os vinhos do Velho Mundo e apresentar os vinhos do Novo Mundo, fica faltando apresentar os vinhos do Novo Mundo no Velho.
  7. Devemos brindar também os degustadores da década de 70 e 80 que transformaram aquela bebida do dia-a-dia e das ocasiões especialíssimas de nome VINHO - um produto que podia variar no mercado de R$5,00 a R$200,00 - em uma bebida cujo nome é VINHO, que invariavelmente custa ao menos 20 vezes do que deveria custar.